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Elisa - The Waves

sábado, 12 de setembro de 2009

A Vida é Realmente Surpreendente (Jaqueline Bley Franco)

Outro dia, ouvi de um amigo muito querido, algo assim: O que mais me fascina em você, é que você é realmente muito supreendente, Jaqueline!

Fico aqui pensando se sou eu quem sou supreendente ou é a vida.

A vida nos prega peças, trás pessoas maravilhosas para adentrarem em nossos corações e começarem a fazer parte do nosso dia-a-dia, mas, como trás, leva!
Leva-as embora de repente, como numa onda furiosa, embravecida, arrebentando os nossos corações de uma maneira dilacerante, cortante, doída.

Então, nosso coração sangra por dias, lateja por meses!
O tempo passa, mas a dor continua ali, parada, impassível, quase rindo da nossa desgraça, do nosso desespero, do nosso sofrimento.

Então, como numa tentativa quase desesperada de auto-preservação, tentamos fingir que está tudo bem, pomos máscaras de alegria, de felicidade, rimos para fora, mas estamos chorando por dentro...

Ninguém sabe o que se passa ali, no nosso interior, lá bem dentro do nosso Eu!
É lá que estão guardados os maiores segredos!
Segredos inconfessáveis, que nunca serão revelados!

Lá estão todas as nossas dores, todo o nosso lado mais obscuro e o mais claro também!

É lá que estão guardadas as melhores lembranças, o momento mais terno, o mais bonito!
O dia que se ouviu pela primeira vez "eu te amo" e que se disse também!
O encantamento da primeira vez que se viu o ser amado.

É lá que estão guardadas também as impressões marcadas a ferro no nosso coração, de dor e de sofrimento, do dia que se ouviu "eu não gosto mais de você"!

Ah... vida supreendente... miseravelmente supreendente!
Nos apronta ciladas quando menos esperamos!

Então, o quê fazer?
Como reagir?
O quê sentir?

Choramos compulsivamente horas a fio ou engolimos em seco nossos sentimentos e fingimos que está tudo bem?
Vai que conseguimos nos enganar e começamos a acreditar que tudo melhorou, que há uma luz no final do túnel, que o sol voltou a brilhar lá fora, que as pessoas nos amam e que somos muito felizes.

Ah... vida cruél, ingrata, madrasta e miseravelmente supreendente!

Vamos vivendo, seguindo sempre, rumo ao oriente, caminhando passos largos em busca da direção certa!
Será?

Ah... vida miseravelmente supreendente! Jaqueline Bley Franco

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